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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

As ideias base do Concílio Vaticano - parte II

No artigo anterior falamos em algumas ideias que influenciavam em tudo a andança do Concílio: a renovação, que era a ideia mais importante e que mais acentuava; a adaptação, que nós chamamos a enculturação, a Igreja vivendo nos mais diferentes povos e culturas; a mudança de mentalidade, necessária para concretizar a outra maneira de ser Igreja. Necessário é ainda para falar em algumas outras ideias- chave que dominavam as assembleias dos bispos no Vaticano durante as 4 sessões.

Descentralização. O governo da Igreja sempre foi visto centralizado no Papa, sendo bispo de Roma, assistido pela Cúria Romana, os secretariados nas decisões diárias. Por isso ainda rezamos nos pontos mais importantes da nossa fé:” Creio na Igreja católica (= universal ) apostólica, Romana. O governo eclesial, centralizado em Roma, existe para manter a unidade da Igreja, e não para tomar decisões em cada mudança que há aqui e acola. Séculos passados foi necessário para salvaguardar a unidade, para evitar desvios e abusos. A situação mudou por completo. A Igreja se implantou em toda parte do mundo. Manter agora a centralização exagerada seria abafar o crescimento da Igreja. O Concílio aponta para Jesus, que escolheu não um, mas doze apóstolos. A Igreja, também, não quer se organizar em torno de um, o Papa, mas também em torno dos bispos, que são os sucessores do colégio dos apóstolos. Também os bispos, durante o Concílio, deviam descobrir e aprender, que não são bispo sozinho na sua diocese, mas forma com os outros o colégio dos bispos, assumindo as responsabilidades, que lhes foram atribuídos pelo próprio Cristo, como sucessores do colégio apostólico. A bíblia fala em Pedro e os apóstolos (por ex. Atos 5, 29). É por isto que a Igreja, refletindo sobre se mesma no documento “Lumen gentium”, re-cria a colegialidade dos bispos, se sentindo de novo fundada sobre eles, e esperando também, que em suas diocese se introduza a renovação, ensinada pelos documentos do concílio. Por isso ,também, que não podem mais ser nomeados novos bispos, que não se interessam nesta renovação, embora, infelizmente ainda acontecendo.

Serviço. Nos Atos dos Apóstolos, a descrição da Igreja primitiva, encontramos várias vezes em lugar do nome de Jesus a palavra “o Servo”, expressando a atitude de serviço, marcando a vida do nosso Salvador. Como Jesus também a Igreja está à serviço do mundo. Ela tem uma missão a cumprir. Ela vai em busca do homem, em sua língua, em seus costumes, em seus anseios, em seus problemas e dificuldades, em suas alegrias e festas, para que o homem descubra a boa notícia de Deus, trazida por Jesus. Ela não pode mandar, nem dominar, como nos séculos passados, mas se colocar, em pleno serviço, “às ordens”, como Jesus em seu serviço ao Pai: “Eis me aqui, Senhor, para fazer a Tua vontade”. Por isto a Igreja precisa se apresentar despretensiosa, para que Ela não seja visto como dominadora.

Participação. Uma das ideias-base do Concílio era que não o clero, mas o povo todo, como povo de Deus, é responsável pela missão da Igreja. A Igreja é de todos, também dos leigos. O concílio redescobriu o termo bíblico: “o povo de Deus”, antigo como a própria bíblia, e o convidou a reassumir suas obrigações próprias e seu lugar insubstituível dentro da totalidade. As ideias apresentadas como “aggiornamento”, inculturação, descentralização, serviço e participação são as ideias principais, encontradas em todos os documentos conciliares como ideia – base. Levando em conta estas ideias vai ser mais fácil acompanhar o texto e compreender mais facilmente o seu conteúdo.

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