
O espanto foi geral, principalmente entre os cardeais e os membros da Cúria Romana. Mas, o papa não se deixou intimidar. O momento solene foi no dia 11 de Outubro de 1962, quando os bispos do mundo inteiro se encontraram na basílica de Roma para a abertura, preparado desde Janeiro de 1959.
Numa visão geral queremos, antes de entrar nos pormenores dos assuntos dos documentos, apresentar os principais temas, abordados pelo Concílio. No meio deles especialmente: a declaração sobre a liberdade religiosa, o documento relativo aos judeus, o decreto sobre o ecumenismo e o esquema sobre a Igreja no mundo moderno.
Muitos apontam a constituição dogmática “Lumen gentium”, sobre a Igreja, a luz dos povos, como o mais importante documento do Concílio. Certamente ajudou a mudar a ideia antiga de Igreja,”Corpo místico de Cristo”, e que viu a Igreja na forma de uma pirâmide: na cabeça o Papa, depois os bispos, depois os padres e diáconos, formando juntos a classe do clero. Só depois, lá em baixo, vem como o fundamento muito grande, o povo, chamado o laicato, o grande grupo dos leigos, que tinha nada com a liderança na Igreja, e nem era responsável pela sua caminhada. Este documento, em que falamos, é uma reflexão sobre si mesma, quem ela é e qual seu lugar no mundo. Ela criou (em parte) uma nova eclesiologia (uma visão de si mesma) que apresenta uma nova concepção e missão no mundo, mas continuava vendo a si mesma como “sociedade perfeita”: a Igreja como alma do mundo, a hierarquia clerical como expressão do poder, culminando num papismo mitológico e triunfalista, onde o cristão é de segunda categoria.
Em um dos debates, esta visão foi rompida pela intervenção de um bispo, dom de Smedt (se não me engano um bispo Belga) que rejeitando o clericalismo, propôs uma nova eclesiologia: Igreja, constituída do Povo de Deus, Igreja serva, dirigida pelo Espírito, com uma hierarquia de serviço, uma Igreja laical (laos = povo). No capítulo II ela começou a se autodeterminar como: ”o povo de Deus”. Papa, bispos, padres e “o resto” é junto o povo resgatado por Jesus, participando do sacerdócio de Jesus pelo batismo, caminhando pelo mundo ao encontro de Deus, lutando para seu Reino se realizar, "comum-união" dos batizados, toda sacerdotal, ministerial e vocacionada. As diferenças estão nos carismas, nos ministérios, uma comunidade diversificada por dons diferentes.
O Ecumenismo, esta nova visão, não mais uma Igreja hierarquizada, mas uma Igreja povo, dirigida pelo Espírito, indicada com a nova definição de ”o Povo de Deus” se tornou para o Concílio Vaticano II fundamental, significativa também para o ecumenismo, dizendo que há só uma Igreja, da qual participam também os nossos irmãos protestantes, porque batizados em Jesus, embora não querendo entrar, ficando na porta.
O Ecumenismo, esta nova visão, não mais uma Igreja hierarquizada, mas uma Igreja povo, dirigida pelo Espírito, indicada com a nova definição de ”o Povo de Deus” se tornou para o Concílio Vaticano II fundamental, significativa também para o ecumenismo, dizendo que há só uma Igreja, da qual participam também os nossos irmãos protestantes, porque batizados em Jesus, embora não querendo entrar, ficando na porta.
Esta ideia do Povo de Deus em relação com os protestantes levou para criar o documento sobre o Ecumenismo. Se chama o ecumenismo: a intenção e o esforço de se procurar a união de todos os cristãos, incluindo a Igreja católica. O nome vem da palavra grega: "oikumené", que significa morar em uma só casa. Temos tanta coisa em comum: a Pessoa de Jesus, sua mensagem, seu batismo que nos une em Deus, a Palavra (a Bíblia), a luta por um mundo melhor, o respeito mútuo, o desejo de superar o que ainda nos afasta uns dos outros.
Na segunda parte deste artigo sobre "assuntos quentes" do Concílio apresentaremos a colegialidade dos bispos, a liberdade religiosa, a questão dos Judeus, a Igreja e o mundo moderno.